sábado, 27 de outubro de 2007

Deus e o vento

Poeta de todas as poesias,
Pintor de um quadro de magias
Cantor da música mais bela.
Criador dos sonhos que niguém alcançou,
Fez os ares mais puros onde pára o beija-flor
mais um artista que o mundo homenageou
Depois de sua partida, depois de sua dor.

Inventor das batidas do coração
Fez os primeiros passos e os riachos
que saem dos olhos da solidão,
criador da emoção.
Cadê você que ninguém viu
Ao contrário dos ventos mais fortes
Criou não destruiu.

Mas vento não é destruição.
Vento, símbolo de liberdade
Leve como um beija-flor
Vai para onde tem vontade
Se cair não sente dor,
Mas cair é coisa rara
Para quem olha pronde vai
Pois a vida não espera
quem quiser que corra atrás.

Se estiver com o peito aberto
ou bem longe de alguém
Vento parece com o tempo
Se traz saudade também.
E quando ele passar
Ninguém sabe quando vem...

Desculpe-me tempo.

O tempo não passou aqui.
Enquanto correu, pulou, dançou,
choveu, chorou, sorriu um ano para mim,
o tempo não passou aqui.

Vivi uma eternidade em outro mundo
e descobri que o tempo está igualzinho,
não mudou nada,
continua o mesmo de quando briguei com ele.

É o mesmo dos tempos de criança.
O mesmo que trazia a expectativa,
a esperança,
a ansiedade.

E se naqueles anos em que ficamos brigados,
ano novo e natal vinham tão depressa
que até esquecia do doze de outubro,
a culpa era minha.

Desculpe-me tempo.
Quem mudou fui eu.
Quem não teve tempo para você
fui eu.

Obrigado
por mesmo assim
ter ficado do meu lado
todo esse tempo.