segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Espelho senil.

Vejo,
Vejo algo forçado nos gestos,
Certo,
Não devia acender a luz.

Penso,
Acho pensar igual a você,
Ajo..
Diferente pra tentar ser assim.

Mas,
por que você me persegue,
Por quê...
Gestos, por que segue meus gestos,
por que...

Errado,
E se errado eles estiverem,
os meus...
e se acaso um sorriso for falso,
e se for...

Sabe,
não sente nada por dentro.
É por isso
que te peço, me deixe em paz.

Chega,
Existe apenas quando acendo a luz.
Escuridão,
Só fala por um de nós dois,
só um...

Qual,
já que confundiu tudo agora
Que sei
que esse não é você,
mas quem sou...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Inocência da Silva

A tristeza
não acaba
quando cessam as lágrimas

Um sorriso
não é tão verdade
quanto gargalhadas

Não há choro
que se explique
numa oração

Não há choro
que se explique
os animais não choram

Jurei
não contribuir
pra tristeza do mundo

E nunca mais
por minha causa
iriam chorar

Mas há choro
de mentira
choro profundo

E crianças
se afogaram
na pureza do mar

Por que chora
agora
se não chove lá fora

Por que chove
embora
o choro cessou

Por que ora
e não sabe
onde mora a senhora

Por que mora
perdeu
a hora do vôo

Palavras de vidro
eu vi
se quebrar

e um choro perdido
senti
bem de perto

Uns cacos
bem finos
feriram meus pés

Um passo
difícil
de se controlar

Acredita
então
que protestam as lágrimas

Quando saem
de olhos
que não mereciam

Falsidade está entre
o que pensa
e o que externa

Acredita
então
que ninguém seja assim

E digo
agora
que isso é coisa da Terra

A lágrima
cessa
quando chega aqui

E se nessa hora
parece
sem graça

Olhando
daqui:
te aguardam as gargalhadas